Comments on: Verdades Absolutas .././ Porque só o indivíduo tem consciência Sat, 06 Aug 2011 02:00:55 +0000 hourly 1 http://wordpress.org/?v=3.1.3 By: Sergio de Biasi .././comment-page-1/#comment-17155 Sergio de Biasi Sun, 29 May 2011 14:29:59 +0000 ../../../../.././?p=2321#comment-17155 Opa, excelentes todos os temas sugeridos. Não sei quando/se terei oportunidade de escrever sobre eles mas posso dizer que todos eles me interessam. Mas brevemente... Sobre consciência coletiva em particular eu tenho uma opinião bastante sedimentada : não existe. A sede da consciência é a mente individual, pelo menos neste estágio atual de seu desenvolvimento. Não me lembro quem uma vez criou para isso a imagem do "psicopata coletivo", que é uma entidade / organização / estrutura social na qual nenhum de seus membros está individualmente fazendo nada que isoladamente chamaríamos de patologicamente psicopático mas que em cada um fazendo o seu papel social implícita ou explicitamente prescrito pela norma vigente o grupo coletivamente realiza atos terrivelmente psicopáticos. Esse é um fenômeno que eu diria é até bastante comum e perceber sua possibilidade torna ainda mais urgente questionarmos todos os papéis que se esperam de nós que quase inconscientemente representamos e que podem ser parte de um mecanismo por cujas conseqüências jamais cogitaríamos lutar deliberadamente. Sobre determinismo versus livre-arbítrio, de fato há aí um grande problema. :-) Uma parte da solução talvez seja temperar o determinismo mecanicista clássico com física quântica por um lado e teoria do caos pelo outro. Isso acrescentaria uma enorme gama de possibilidades ao nosso poder "decisório". Note que porém esse é o tipo de argumento que por um lado resolve certas questões, por outro parece não resolver o problema da responsabilidade moral - afinal de contas, entre comportamento determinista versus aleatório continuamos não estando realmente no volante, certo? Mas isso é filosoficamente insatisfatório e continua nos parecendo haver uma distinção fundamental entre deliberadamente matar alguém a sangue frio versus ter um ataque do coração ao dirigir, perder a cosnciência e atropelar alguém. Em ambos os casos alguém poderia argumentas que são tudo leis da fisica em ação mas eu não estou preparado para afirmar que responsabilidade moral seja um conceito vazio de conteudo. Sobre a música, eu pessoalmente acho que sim, contribui, aliás como basicamente toda forma de estímulo, especialmente estímulos com estruturas progressivamente complexas que funcionem como "quebra-cabeças" para o cérebro (que procede então quase automaticamente a desenvolver recursos para decodificar o que está acontecendo). Finalmente, concordo que está na hora de discutir todos esses assuntos, e não só nos meios acadêmicos e em livros de filosofia mas muito em breve como questão política, econômica e social cada vez mais premente. Me parece que estamos à beira de uma grande revolução da consciência humana e que antes do fim deste século seremos capaz de finalmente estabelecer (ou no mínimo recriar) os fundamentos da consciência humana em outros meios que não sejam cérebros humanos, e quando isso ocorrer, tudo que pensamos sobre o que é ser humano terá que ser seriamente reconsiderado. Saudacões, Sergio Opa, excelentes todos os temas sugeridos. Não sei quando/se terei oportunidade de escrever sobre eles mas posso dizer que todos eles me interessam. Mas brevemente…

Sobre consciência coletiva em particular eu tenho uma opinião bastante sedimentada : não existe. A sede da consciência é a mente individual, pelo menos neste estágio atual de seu desenvolvimento. Não me lembro quem uma vez criou para isso a imagem do “psicopata coletivo”, que é uma entidade / organização / estrutura social na qual nenhum de seus membros está individualmente fazendo nada que isoladamente chamaríamos de patologicamente psicopático mas que em cada um fazendo o seu papel social implícita ou explicitamente prescrito pela norma vigente o grupo coletivamente realiza atos terrivelmente psicopáticos. Esse é um fenômeno que eu diria é até bastante comum e perceber sua possibilidade torna ainda mais urgente questionarmos todos os papéis que se esperam de nós que quase inconscientemente representamos e que podem ser parte de um mecanismo por cujas conseqüências jamais cogitaríamos lutar deliberadamente.

Sobre determinismo versus livre-arbítrio, de fato há aí um grande problema. :-) Uma parte da solução talvez seja temperar o determinismo mecanicista clássico com física quântica por um lado e teoria do caos pelo outro. Isso acrescentaria uma enorme gama de possibilidades ao nosso poder “decisório”. Note que porém esse é o tipo de argumento que por um lado resolve certas questões, por outro parece não resolver o problema da responsabilidade moral – afinal de contas, entre comportamento determinista versus aleatório continuamos não estando realmente no volante, certo? Mas isso é filosoficamente insatisfatório e continua nos parecendo haver uma distinção fundamental entre deliberadamente matar alguém a sangue frio versus ter um ataque do coração ao dirigir, perder a cosnciência e atropelar alguém. Em ambos os casos alguém poderia argumentas que são tudo leis da fisica em ação mas eu não estou preparado para afirmar que responsabilidade moral seja um conceito vazio de conteudo.

Sobre a música, eu pessoalmente acho que sim, contribui, aliás como basicamente toda forma de estímulo, especialmente estímulos com estruturas progressivamente complexas que funcionem como “quebra-cabeças” para o cérebro (que procede então quase automaticamente a desenvolver recursos para decodificar o que está acontecendo).

Finalmente, concordo que está na hora de discutir todos esses assuntos, e não só nos meios acadêmicos e em livros de filosofia mas muito em breve como questão política, econômica e social cada vez mais premente. Me parece que estamos à beira de uma grande revolução da consciência humana e que antes do fim deste século seremos capaz de finalmente estabelecer (ou no mínimo recriar) os fundamentos da consciência humana em outros meios que não sejam cérebros humanos, e quando isso ocorrer, tudo que pensamos sobre o que é ser humano terá que ser seriamente reconsiderado.

Saudacões,
Sergio

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By: Edmundo Barreiras Ricardo .././comment-page-1/#comment-17141 Edmundo Barreiras Ricardo Sun, 29 May 2011 09:27:11 +0000 ../../../../.././?p=2321#comment-17141 Olá Sergio,permita que o trate assim.Em relação ás verdades absolutas, convenceu-me,dou o braço a torcer como se costuma dizer. Gostaria de ver outros temas,tais como.Há ó não consciÊncia colectiva, aplicado há humanidade, acredita ou não,no Determinismo ou Livre- Arbitrio.A música contribui ou não para o desenvolvimento cerebral. Sei que estes temas,estão na fronteira entre o conhecido e desconhe- cido,mas teremos de as forçar e alargar;Porque é esse o caminho da humanidade.Quer queiramos ou não.. MUITO OBRIGADO Olá Sergio,permita que o trate assim.Em relação ás verdades absolutas,
convenceu-me,dou o braço a torcer como se costuma dizer.
Gostaria de ver outros temas,tais como.Há ó não consciÊncia colectiva,
aplicado há humanidade, acredita ou não,no Determinismo ou Livre-
Arbitrio.A música contribui ou não para o desenvolvimento cerebral.
Sei que estes temas,estão na fronteira entre o conhecido e desconhe-
cido,mas teremos de as forçar e alargar;Porque é esse o caminho da
humanidade.Quer queiramos ou não..
MUITO OBRIGADO

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By: Sergio de Biasi .././comment-page-1/#comment-17035 Sergio de Biasi Fri, 27 May 2011 14:46:43 +0000 ../../../../.././?p=2321#comment-17035 Não, certezas de fato são aquilo em que acreditamos, mas verdades por outro lado são precisamente aquilo que independe do que acreditamos. E se as certezas são de certa forma o alicerce da nossa individualidade, as verdades são o alicerce de tudo que temos em comum. E as verdades absolutas universais são a única coisa que possibilita dois seres humanos aspirarem qualquer comunicação ou troca de idéias e enriquecimento mútuo. O problema não são as verdades absolutas universais, cuja existência é logicamente necessária e intelectualmente óbvia. Isso não é sequer uma controvérsia ou questão em aberto. Afirmar que "não existem verdades absolutas" é logicamente incongruente e tão evidentemente falso a ponto de ser embaraçoso. Aliás, o problema não é nem sequer confundirmos nossas freqüentemente precárias e provisórias certezas com verdades absolutas. Isso é danoso e indesejável mas não é o maior problema. O maior problema é quando, munidos do que achamos serem verdades universas absolutas, decidimos então impô-las à força e por coerção e intimidação (ao invés de por argumentação e convencimento) a todos que pudermos. O que cria Hitler e Stálin não é acreditar-se capaz de enxergar verdades absolutas, e sim a tosca idéia de que isso nos autorizaria a sair por aí queimando livros e prendendo pessoas. Não, certezas de fato são aquilo em que acreditamos, mas verdades por outro lado são precisamente aquilo que independe do que acreditamos. E se as certezas são de certa forma o alicerce da nossa individualidade, as verdades são o alicerce de tudo que temos em comum. E as verdades absolutas universais são a única coisa que possibilita dois seres humanos aspirarem qualquer comunicação ou troca de idéias e enriquecimento mútuo. O problema não são as verdades absolutas universais, cuja existência é logicamente necessária e intelectualmente óbvia. Isso não é sequer uma controvérsia ou questão em aberto. Afirmar que “não existem verdades absolutas” é logicamente incongruente e tão evidentemente falso a ponto de ser embaraçoso.

Aliás, o problema não é nem sequer confundirmos nossas freqüentemente precárias e provisórias certezas com verdades absolutas. Isso é danoso e indesejável mas não é o maior problema. O maior problema é quando, munidos do que achamos serem verdades universas absolutas, decidimos então impô-las à força e por coerção e intimidação (ao invés de por argumentação e convencimento) a todos que pudermos. O que cria Hitler e Stálin não é acreditar-se capaz de enxergar verdades absolutas, e sim a tosca idéia de que isso nos autorizaria a sair por aí queimando livros e prendendo pessoas.

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By: Edmundo Barreiras Ricardo .././comment-page-1/#comment-17023 Edmundo Barreiras Ricardo Fri, 27 May 2011 10:28:12 +0000 ../../../../.././?p=2321#comment-17023 Todos nós temos certezas e verdades ,que é aquilo em que acreditamos.São os alicerces da nossa individualidade. Outra coisa são verdades absolutas universais,essas são muito perigosas. São acausa de muito sofrimento no mundo. Hitler e Estáline tranformaram as suas certezas em verdades absolutas, hoje sabemos ao que elas levaram.. MUITO OBRIGADO.. Todos nós temos certezas e verdades ,que é aquilo em que acreditamos.São os alicerces da nossa individualidade.
Outra coisa são verdades absolutas universais,essas são muito perigosas.
São acausa de muito sofrimento no mundo.
Hitler e Estáline tranformaram as suas certezas em verdades absolutas,
hoje sabemos ao que elas levaram..
MUITO OBRIGADO..

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By: Sergio de Biasi .././comment-page-1/#comment-11683 Sergio de Biasi Sat, 05 Mar 2011 02:18:17 +0000 ../../../../.././?p=2321#comment-11683 Oi Almeida, Pois é, por um lado é desanimador saber que nem toda verdade pode ser conhecida, mas por outro lado isso não implica em relativismo - a verdade segue existindo, apenas não temos certeza de qual ela seja. Concordo plenamente (embora você não o tenha colocado com essas palavras) que o maior valor humano da verdade está precisamente em ser aquilo que nos une a todos. Saudações, Sergio Oi Almeida,

Pois é, por um lado é desanimador saber que nem toda verdade pode ser conhecida, mas por outro lado isso não implica em relativismo – a verdade segue existindo, apenas não temos certeza de qual ela seja.

Concordo plenamente (embora você não o tenha colocado com essas palavras) que o maior valor humano da verdade está precisamente em ser aquilo que nos une a todos.

Saudações,
Sergio

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By: Sergio de Biasi .././comment-page-1/#comment-11680 Sergio de Biasi Sat, 05 Mar 2011 02:01:52 +0000 ../../../../.././?p=2321#comment-11680 Oi William, Hehe excelente o link. :-) Claro, uma verdade ser auto-evidente não impede ninguém de negá-la. Algumas pessoas inclusive se orgulham em fazê-lo - em continuar sustentando opiniões contra toda a lógica e contra todas as evidências, e em não poucos círculos isso é estimulado e considerado meritório. Ironicamente, quem diz esse tipo de coisa está em geral pretendendo ser ultra liberal e democrático. Mas no final, é precisamente o contrário - é só hipócrita ou esquizofrênico querer afirmar seriamente algo desse tipo. E sim, é preciso ter mesmo muita falta de autocrítica para encher a boca para afirmar que "não existem verdade absolutas", e sem autocrítica não se vai nem até a esquina intelectualmente falando. Quem não é capaz de estar continuamente se policiando para conferir se o que está dizendo realmente corresponde à realidade dos fatos e de ter a honestidade de questionar sua própria opinião se objetivamente não corresponder estará se auto-impondo gigantescas barreiras ao próprio crescimento e se autoconvidando a fazer papel de bobo. Saudações, Sergio Oi William,

Hehe excelente o link. :-)

Claro, uma verdade ser auto-evidente não impede ninguém de negá-la. Algumas pessoas inclusive se orgulham em fazê-lo – em continuar sustentando opiniões contra toda a lógica e contra todas as evidências, e em não poucos círculos isso é estimulado e considerado meritório.

Ironicamente, quem diz esse tipo de coisa está em geral pretendendo ser ultra liberal e democrático. Mas no final, é precisamente o contrário – é só hipócrita ou esquizofrênico querer afirmar seriamente algo desse tipo. E sim, é preciso ter mesmo muita falta de autocrítica para encher a boca para afirmar que “não existem verdade absolutas”, e sem autocrítica não se vai nem até a esquina intelectualmente falando. Quem não é capaz de estar continuamente se policiando para conferir se o que está dizendo realmente corresponde à realidade dos fatos e de ter a honestidade de questionar sua própria opinião se objetivamente não corresponder estará se auto-impondo gigantescas barreiras ao próprio crescimento e se autoconvidando a fazer papel de bobo.

Saudações,
Sergio

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By: Sergio de Biasi .././comment-page-1/#comment-11679 Sergio de Biasi Sat, 05 Mar 2011 01:52:15 +0000 ../../../../.././?p=2321#comment-11679 Oi William, Pois é, então ambas as posicões mais estereotipicamente encontráveis em ambos os lados do debate estão erradas - tanto aqueles que defendem que seria impossível conhecer qualquer verdade absoluta quanto aqueles que defendem que seria possivel conhecer absolutamente tudo através da lógica e da ciência. Agora, daí não decorre que "outros métodos de conhecimento" poderiam dar acesso à verdade. Qualquer método de conhecimento que de fato funcione é legítimo e como tal deve ser aceito e ser legitimamente chamado de científico. A questão é que comprovadamente existem verdades que mesmo que nos sejam apresentadas magicamente numa bandeja nunca poderemos ter certeza absoluta de que sejam mesmo verdade. O conhecimento é impossível, mas a incompletude é incontornável. Saudações, Sergio Oi William,

Pois é, então ambas as posicões mais estereotipicamente encontráveis em ambos os lados do debate estão erradas – tanto aqueles que defendem que seria impossível conhecer qualquer verdade absoluta quanto aqueles que defendem que seria possivel conhecer absolutamente tudo através da lógica e da ciência. Agora, daí não decorre que “outros métodos de conhecimento” poderiam dar acesso à verdade. Qualquer método de conhecimento que de fato funcione é legítimo e como tal deve ser aceito e ser legitimamente chamado de científico. A questão é que comprovadamente existem verdades que mesmo que nos sejam apresentadas magicamente numa bandeja nunca poderemos ter certeza absoluta de que sejam mesmo verdade. O conhecimento é impossível, mas a incompletude é incontornável.

Saudações,
Sergio

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By: Almeida .././comment-page-1/#comment-11402 Almeida Sat, 26 Feb 2011 02:07:46 +0000 ../../../../.././?p=2321#comment-11402 É Inaceitável, porque contraditório, para a mente que só faz ansiar pela verdade, ler que a determinação da verdade é algo [literalmente] impossível. O triunfo do relativismo é desqualificar a possibilidade de se alcançar a verdade. O relativismo é fruta sem sabor, emética, vendida e comprada no mercado das inconsequências, mas sem lugar à mesa, ali onde a vida precisa funcionar. Não dura a amizade onde vigora o faz-de-conta de que cada um tem sua verdade, que ela depende ou não é fazível. Quando se tem a certeza de que a verdade é possível o coração descansa, os pés se libertam, a dor se suporta, : o humano se humaniza. É Inaceitável, porque contraditório, para a mente que só faz ansiar pela verdade, ler que a determinação da verdade é algo [literalmente] impossível.

O triunfo do relativismo é desqualificar a possibilidade de se alcançar a verdade.

O relativismo é fruta sem sabor, emética, vendida e comprada no mercado das inconsequências, mas sem lugar à mesa, ali onde a vida precisa funcionar.

Não dura a amizade onde vigora o faz-de-conta de que cada um tem sua verdade, que ela depende ou não é fazível.

Quando se tem a certeza de que a verdade é possível o coração descansa, os pés se libertam, a dor se suporta, : o humano se humaniza.

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By: William .././comment-page-1/#comment-10674 William Sat, 12 Feb 2011 02:23:59 +0000 ../../../../.././?p=2321#comment-10674 Aaaah... outro ponto: Quando vc comenta sobre a lógica auto-referencial da afirmação "não existem verdades absolutas", você esta certo, o que não impede ninguém de continuar afirmando a mesma coisa. Aquele que "pensou sobre isso por mais de 30 segundo", em vez de simplesmente jogar essas palavras ao vento, percebe a auto-referencia e é obrigado a aceitar a possibilidade da verdade absoluta, sendo isso o CUMULO da não negação e da mente aberta, pois aquele que diz essa frase sem aceitar a possibilidade de seus próprios erros, não sabe o q esta afirmando de verdade, pois sem perceber esta acreditando em uma verdade absoluta: a sua própria! A conclusão é que, qualquer coisa levada pensada como absoluta simplesmente te cega as novas possibilidades, incluindo esse mesmo pensamento! Isso aliais me lembra uma ótima passagem da filosofia budista: "Não se apegar nem à verdade" link sobre a passagem: http://www.nossacasa.net/SHUNYA/default.asp?menu=501 E obrigado ao ótimo momento filosófico! =] Aaaah… outro ponto:

Quando vc comenta sobre a lógica auto-referencial da afirmação “não existem verdades absolutas”, você esta certo, o que não impede ninguém de continuar afirmando a mesma coisa.

Aquele que “pensou sobre isso por mais de 30 segundo”, em vez de simplesmente jogar essas palavras ao vento, percebe a auto-referencia e é obrigado a aceitar a possibilidade da verdade absoluta, sendo isso o CUMULO da não negação e da mente aberta, pois aquele que diz essa frase sem aceitar a possibilidade de seus próprios erros, não sabe o q esta afirmando de verdade, pois sem perceber esta acreditando em uma verdade absoluta: a sua própria!

A conclusão é que, qualquer coisa levada pensada como absoluta simplesmente te cega as novas possibilidades, incluindo esse mesmo pensamento! Isso aliais me lembra uma ótima passagem da filosofia budista: “Não se apegar nem à verdade”

link sobre a passagem: http://www.nossacasa.net/SHUNYA/default.asp?menu=501

E obrigado ao ótimo momento filosófico! =]

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By: William .././comment-page-1/#comment-10673 William Sat, 12 Feb 2011 02:02:15 +0000 ../../../../.././?p=2321#comment-10673 O problema, em minha opinião é o numero de variáveis em questão: se vc delimita um ambiente pequeno e simples, controlado, é fácil então identificar as verdades "absolutas" naquele contexto. Esse é basicamente o metodo de testes da pesquisa científica, e não há nada de errado com ele, mas temos um pequeno porem: se tirar esse controle, e as vezes mesmo com o controle, sempre teremos infinitas variáveis que desconhecemos ou mesmo nem sonhamos que existam, e quando uma delas mudarem, pode ser q tudo mude com ela! Uma simples flag do nosso universo pode gerar uma existência totalmente nova! Não da para ter certeza de nada... verdades absolutas podem existir... mas como vc mesmo disse, podemos estar muuuuito, muuuuito longe delas! O problema, em minha opinião é o numero de variáveis em questão: se vc delimita um ambiente pequeno e simples, controlado, é fácil então identificar as verdades “absolutas” naquele contexto. Esse é basicamente o metodo de testes da pesquisa científica, e não há nada de errado com ele, mas temos um pequeno porem: se tirar esse controle, e as vezes mesmo com o controle, sempre teremos infinitas variáveis que desconhecemos ou mesmo nem sonhamos que existam, e quando uma delas mudarem, pode ser q tudo mude com ela! Uma simples flag do nosso universo pode gerar uma existência totalmente nova! Não da para ter certeza de nada… verdades absolutas podem existir… mas como vc mesmo disse, podemos estar muuuuito, muuuuito longe delas!

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By: Sergio de Biasi .././comment-page-1/#comment-8270 Sergio de Biasi Tue, 07 Dec 2010 19:36:16 +0000 ../../../../.././?p=2321#comment-8270 "Inconsistências?" E o que eu disse não tem nada de místico - são teoremas em lógica matemática. E uma idéia não se torna verdadeira ou falsa por ser ou não "perigosa" - ela é verdadeira ou falsa dependendo de se corresponde ou não à realidade das coisas. E sim, de fato há toda uma coleção de afirmações que podem ser feitas e que não podem ser demonstradas falsas. Mas até aí para todos os efeitos práticos já temos que conviver com isso diariamente mesmo sem a necessidade de recorrer quaisquer teorema sobre incomputabilidade. Se eu te digo que neste momento existe uma nota de um real enterrada na face oculta da Lua, por todos os critérios práticos, jamais será possivel demonstrar que isso era falso. Inclusive neste caso a situação é até de certa forma pior, porque isso é fisicamente possivel, logicamente possível - só não é verdade. Mas para todos os efeitos práticos é indemonstrável que isso seja falso. Saltar do fato de que é impossível demonstrar que algo seja falso para acreditar que seja verossível é muito pouco razoável como base para um sistema de crenças. Sobre o 3 + 2 dar 5, bem, eu nem sequer entendi o seu argumento. É claro que existem verdades absolutas, e é justamente daí que eu começo o texto. E é claro que muitas delas podem ser categoricamente demonstradas além de qualquer dúvida. A parte meio surpreendente é que mesmo no reino da lógica abstrata quando temos em princípio pleno acesso a todas as informações pertinentes, mesmo nesse caso existem verdades indemonstráveis. Sergio “Inconsistências?”

E o que eu disse não tem nada de místico – são teoremas em lógica matemática. E uma idéia não se torna verdadeira ou falsa por ser ou não “perigosa” – ela é verdadeira ou falsa dependendo de se corresponde ou não à realidade das coisas.

E sim, de fato há toda uma coleção de afirmações que podem ser feitas e que não podem ser demonstradas falsas. Mas até aí para todos os efeitos práticos já temos que conviver com isso diariamente mesmo sem a necessidade de recorrer quaisquer teorema sobre incomputabilidade. Se eu te digo que neste momento existe uma nota de um real enterrada na face oculta da Lua, por todos os critérios práticos, jamais será possivel demonstrar que isso era falso. Inclusive neste caso a situação é até de certa forma pior, porque isso é fisicamente possivel, logicamente possível – só não é verdade. Mas para todos os efeitos práticos é indemonstrável que isso seja falso. Saltar do fato de que é impossível demonstrar que algo seja falso para acreditar que seja verossível é muito pouco razoável como base para um sistema de crenças.

Sobre o 3 + 2 dar 5, bem, eu nem sequer entendi o seu argumento. É claro que existem verdades absolutas, e é justamente daí que eu começo o texto. E é claro que muitas delas podem ser categoricamente demonstradas além de qualquer dúvida. A parte meio surpreendente é que mesmo no reino da lógica abstrata quando temos em princípio pleno acesso a todas as informações pertinentes, mesmo nesse caso existem verdades indemonstráveis.

Sergio

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By: Nypoa .././comment-page-1/#comment-8178 Nypoa Sat, 04 Dec 2010 01:06:06 +0000 ../../../../.././?p=2321#comment-8178 Caro Sérgio, Apesar de algumas inconsistênicias nos termos, vc parece defender algo meio místicpo: o que de que há verdades, porém nós nunca teremos acesso a elas. A implicação disso é que, no fi als das contas, seja lá o que alguém disser, isso não podera ser mostrado falso. Essa idíea é perigosa. Em qquer caso, se isso que vc diz é sustentável, me diga, por exemplo, como resultado de 3 + 2 pode dar alguma outra coisa que não 5. Se isso não for justificável, então algumas verdades absolutas talvez existam e n´so tenhamos acesso a elas. []s, Nypoa Caro Sérgio,

Apesar de algumas inconsistênicias nos termos, vc parece defender algo meio místicpo: o que de que há verdades, porém nós nunca teremos acesso a elas. A implicação disso é que, no fi als das contas, seja lá o que alguém disser, isso não podera ser mostrado falso. Essa idíea é perigosa.

Em qquer caso, se isso que vc diz é sustentável, me diga, por exemplo, como resultado de 3 + 2 pode dar alguma outra coisa que não 5. Se isso não for justificável, então algumas verdades absolutas talvez existam e n´so tenhamos acesso a elas.

[]s,

Nypoa

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By: Sergio de Biasi .././comment-page-1/#comment-8129 Sergio de Biasi Wed, 01 Dec 2010 23:17:56 +0000 ../../../../.././?p=2321#comment-8129 Ah, mas eu não afirmei que isso vale para qualquer sentença. Por exemplo, se eu digo "ou isso está seco ou não está", concordo que é altamente discutível que se possa dar uma resposta binária objetiva para a questão. Então o que eu estava pretendendo ilustrar aqui era o princípio de que é possivel formular sentenças que são verdadeiras por causa de sua estrutura, sem qualquer referência à realidade. E claro, mesmo com o exemplo de "elefante" e "preto" é possível levantar esses argumentos fuzzy, se formos um pouco mais insistentes. Então para ser mais formal, o meu ponto é : partindo da suposição que algo uma certa entidade necessariamente tenha uma certa propriedade ou não tenha, e que não possa simultaneamente tê-la e não tê-la, então se eu observo que ela tem essa propriedade, posso concluir que é impossível que ela não tenha. Ora, dirá você, mas isso além de completamente tautológico, é baseado em um monte de suposições! E de fato é. Porém - e esse é o X da questão - o fato de que essa implicação é válida é em si mesmo uma verdade absoluta e que se aplica à realidade! Ou seja, eu sei lá se é obrigatório ou não que certas coisas sejam verdade, mas se elas forem, isso automaticamente restringe o escopo das realidades logicamente concebíveis nas quais habitamos. E estendendo esse tipo de raciocínio é possível tirar conclusões muito mais sofisticadas do que essa. Claro, isso tudo, naturalmente, supondo que não estejamos aceitando contradições. Todo raciocínio lógico sempre tem implícito ao final o comentário "ou chegaríamos a uma contradição" - que é outra forma de dizer que estaríamos negando algo que previamente afirmamos. É qual é o problema com isso, talvez possamos filosoficamente perguntar? Bem, formalmente, a conclusão à qual chegamos afirmando simultaneamente algo e sua negação lógica é que a partir daí conseguimos provar qualquer coisa. Se aceitarmos a possibilidade de dizer coisas que contradigam a si mesmas, isso automaticamente gera um universo no qual tudo é automaticamente verdade. O qual até é com um pouco de forçação de barra logicamente concebível, mas não é muito útil, e não corresponde em geral à realidade que observamos. Com bastante clareza, certas coisas acontecem e outras não, e isso com impressionante regularidade. Naturalmente que isso não prova nada, e sempre podemos supor que *na verdade* qualquer coisa poderia acontecer a qualquer momento e arbitrariamente não aconteceu, por nenhum motivo. Agora, novamente, o fato de que não sabemos provar que existam regras não significa que isso não seja verdadeiro, e neste caso eu sugiro diante da nossa experiência que é muito mais verossímil acreditar e supor que vivemos num universo no qual certas coisas são possíveis e outras não e a questão é tentar determinar quais. Mas claro, o fato de que existem regras para começar é no atual estado da ciência uma suposição, e talvez permaneça assim para sempre. Agora, isso colocado, seja qual for o caso, a lógica matemática serve sim para descrever coisas que não são apenas verdadeiras ou falsas. Alias um dos grandes triunfos da matemática moderna foi justamente conseguir decifrar como descrever realidades contínuas genéricas em termos de entidades discretas ou binárias. Esse foi um gigantesco problema em aberto durante muito tempo, e foi necessário um grande esforço teórico para construir uma ponte entre os dois. Hoje em dia porém isso é bem melhor compreendido do que quando se falava intuitivamente do assunto sem uma contrapartida formal. Veja por exemplo http://en.wikipedia.org/wiki/Dedekind_cut Saudações, Sergio Ah, mas eu não afirmei que isso vale para qualquer sentença. Por exemplo, se eu digo “ou isso está seco ou não está”, concordo que é altamente discutível que se possa dar uma resposta binária objetiva para a questão. Então o que eu estava pretendendo ilustrar aqui era o princípio de que é possivel formular sentenças que são verdadeiras por causa de sua estrutura, sem qualquer referência à realidade. E claro, mesmo com o exemplo de “elefante” e “preto” é possível levantar esses argumentos fuzzy, se formos um pouco mais insistentes.

Então para ser mais formal, o meu ponto é : partindo da suposição que algo uma certa entidade necessariamente tenha uma certa propriedade ou não tenha, e que não possa simultaneamente tê-la e não tê-la, então se eu observo que ela tem essa propriedade, posso concluir que é impossível que ela não tenha. Ora, dirá você, mas isso além de completamente tautológico, é baseado em um monte de suposições! E de fato é. Porém – e esse é o X da questão – o fato de que essa implicação é válida é em si mesmo uma verdade absoluta e que se aplica à realidade! Ou seja, eu sei lá se é obrigatório ou não que certas coisas sejam verdade, mas se elas forem, isso automaticamente restringe o escopo das realidades logicamente concebíveis nas quais habitamos. E estendendo esse tipo de raciocínio é possível tirar conclusões muito mais sofisticadas do que essa.

Claro, isso tudo, naturalmente, supondo que não estejamos aceitando contradições. Todo raciocínio lógico sempre tem implícito ao final o comentário “ou chegaríamos a uma contradição” – que é outra forma de dizer que estaríamos negando algo que previamente afirmamos. É qual é o problema com isso, talvez possamos filosoficamente perguntar? Bem, formalmente, a conclusão à qual chegamos afirmando simultaneamente algo e sua negação lógica é que a partir daí conseguimos provar qualquer coisa. Se aceitarmos a possibilidade de dizer coisas que contradigam a si mesmas, isso automaticamente gera um universo no qual tudo é automaticamente verdade. O qual até é com um pouco de forçação de barra logicamente concebível, mas não é muito útil, e não corresponde em geral à realidade que observamos. Com bastante clareza, certas coisas acontecem e outras não, e isso com impressionante regularidade. Naturalmente que isso não prova nada, e sempre podemos supor que *na verdade* qualquer coisa poderia acontecer a qualquer momento e arbitrariamente não aconteceu, por nenhum motivo. Agora, novamente, o fato de que não sabemos provar que existam regras não significa que isso não seja verdadeiro, e neste caso eu sugiro diante da nossa experiência que é muito mais verossímil acreditar e supor que vivemos num universo no qual certas coisas são possíveis e outras não e a questão é tentar determinar quais. Mas claro, o fato de que existem regras para começar é no atual estado da ciência uma suposição, e talvez permaneça assim para sempre.

Agora, isso colocado, seja qual for o caso, a lógica matemática serve sim para descrever coisas que não são apenas verdadeiras ou falsas. Alias um dos grandes triunfos da matemática moderna foi justamente conseguir decifrar como descrever realidades contínuas genéricas em termos de entidades discretas ou binárias. Esse foi um gigantesco problema em aberto durante muito tempo, e foi necessário um grande esforço teórico para construir uma ponte entre os dois. Hoje em dia porém isso é bem melhor compreendido do que quando se falava intuitivamente do assunto sem uma contrapartida formal. Veja por exemplo http://en.wikipedia.org/wiki/Dedekind_cut

Saudações,
Sergio

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By: Albaney Guedes Baylão .././comment-page-1/#comment-8127 Albaney Guedes Baylão Wed, 01 Dec 2010 20:12:12 +0000 ../../../../.././?p=2321#comment-8127 Apenas um comentário: "Se eu afirmo por exemplo que “ou existe um elefante preto ou não existe um elefante preto” isso também é uma tautologia, e uma verdade absoluta, mas não é a afirmação de uma equivalência lógica." depende do princípio da não-contradição ser válido. Imaginar que a lógica matemática possa representar o que é verdade ou não é meio complicado, pois implica em crer que as sentenças são sempre ou completamente falsas ou completamente verdadeiras quando na maior parte elas tem um certo grau de aderência a realidade (lógica difusa). Apenas um comentário: “Se eu afirmo por exemplo que “ou existe um elefante preto ou não existe um elefante preto” isso também é uma tautologia, e uma verdade absoluta, mas não é a afirmação de uma equivalência lógica.” depende do princípio da não-contradição ser válido.

Imaginar que a lógica matemática possa representar o que é verdade ou não é meio complicado, pois implica em crer que as sentenças são sempre ou completamente falsas ou completamente verdadeiras quando na maior parte elas tem um certo grau de aderência a realidade (lógica difusa).

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By: Sergio de Biasi .././comment-page-1/#comment-8126 Sergio de Biasi Wed, 01 Dec 2010 19:53:06 +0000 ../../../../.././?p=2321#comment-8126 Oi Otávio, Se vamos chamar isso de "deus" estamos como você apontou dando apenas um outro nome para a mesma coisa, e de fato algumas pessoas não religiosas (como Einstein) escolheram usar por vezes usar a palavra "deus" nesta acepção. Porém evidentemente que daí (da necessidade de existir uma causa primeira, da existência de verdades absolutas, da existência de verdades inatingíveis, etc) não podemos deduzir que deus seja idêntico a qualquer um dos diversos conceitos mais amplos que aparecem em conceitos religiosos - como ser um barbudo celeste e assim por diante. Essa parte vem de brinde. Você faz a colocação de que isso seria possivelmente indecidível e talvez inócuo então porque se preocupar com o assunto? E sobre isso eu faço duas observações. Uma é que o o fato de que não podemos provar tudo que é verdade não significa que não podemos provar nada, nem que todas as coisas que não podemos provar sejam igualmente verossímeis - vide o argumento da xícara de chá em órbita de Marte. Mas claro, até aí poderíamos acreditar em toda uma coleção de coisas inverossímeis mas perfeitamente inócuas. O que me leva à segunda observação, que é que o fato de que algo não pode ser provado não significa que não tenha conseqüências. E eu diria que algumas (várias) das crenças freqüentemente sustentadas sobre a natureza de deus de fato têm conseqüências muito importantes - como por exemplo, a crença de que deus definiu absolutamente o que é certo e errado e que isso é algo que possa ser encontrado num livro sagrado ao invés de ser algo que cada um tem a responabilidade de decidir por si mesmo. Saudações, Sergio Oi Otávio,

Se vamos chamar isso de “deus” estamos como você apontou dando apenas um outro nome para a mesma coisa, e de fato algumas pessoas não religiosas (como Einstein) escolheram usar por vezes usar a palavra “deus” nesta acepção.

Porém evidentemente que daí (da necessidade de existir uma causa primeira, da existência de verdades absolutas, da existência de verdades inatingíveis, etc) não podemos deduzir que deus seja idêntico a qualquer um dos diversos conceitos mais amplos que aparecem em conceitos religiosos – como ser um barbudo celeste e assim por diante. Essa parte vem de brinde. Você faz a colocação de que isso seria possivelmente indecidível e talvez inócuo então porque se preocupar com o assunto? E sobre isso eu faço duas observações.

Uma é que o o fato de que não podemos provar tudo que é verdade não significa que não podemos provar nada, nem que todas as coisas que não podemos provar sejam igualmente verossímeis – vide o argumento da xícara de chá em órbita de Marte. Mas claro, até aí poderíamos acreditar em toda uma coleção de coisas inverossímeis mas perfeitamente inócuas.

O que me leva à segunda observação, que é que o fato de que algo não pode ser provado não significa que não tenha conseqüências. E eu diria que algumas (várias) das crenças freqüentemente sustentadas sobre a natureza de deus de fato têm conseqüências muito importantes – como por exemplo, a crença de que deus definiu absolutamente o que é certo e errado e que isso é algo que possa ser encontrado num livro sagrado ao invés de ser algo que cada um tem a responabilidade de decidir por si mesmo.

Saudações,
Sergio

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By: Otávio Macedo .././comment-page-1/#comment-8118 Otávio Macedo Wed, 01 Dec 2010 13:21:52 +0000 ../../../../.././?p=2321#comment-8118 O seu texto me provocou a seguinte reflexão: será que a existência de uma Verdade que transcende a matéria, o pensamento e até a própria lógica não seria justamente uma das definições da palavra "Deus"? Quando os cristãos dizem que Jesus Cristo é a Verdade, o Logos divino, etc, não seria uma maneira metafórica (simbólica, literária, sei lá qual é o melhor termo para isso) de dizer a mesma coisa que Gödel provou matematicamente? Ok, uma objeção óbvia a esse argumento é a de que a maioria das pessoas (inclusive sacerdotes) não pensam ou se comunicam nesses termos. A linguagem metafórica é tratada de modo mais ou menos literal por essas pessoas. Mas não sei se essa objeção é válida, uma vez que -- e esse é justamente o ponto central do seu texto -- as verdades absolutas não dependem daquilo em que se acredita. Ou seja, supondo que Deus seja a "profunda identidade existencial subjacente que une todos os seres do universo", acreditar que Deus é um sujeito barbudo que comanda o universo não muda em nada a essência das coisas, certo? Mas aí parece que caímos apenas em um problema de definição de termos e não em uma questão teológica, propriamente dita. Bem, o assunto é muito vasto e complexo. Mas fica aí a "provocação" e parabéns pelo excelente texto! Sou leitor fiel do seu blog. O seu texto me provocou a seguinte reflexão: será que a existência de uma Verdade que transcende a matéria, o pensamento e até a própria lógica não seria justamente uma das definições da palavra “Deus”? Quando os cristãos dizem que Jesus Cristo é a Verdade, o Logos divino, etc, não seria uma maneira metafórica (simbólica, literária, sei lá qual é o melhor termo para isso) de dizer a mesma coisa que Gödel provou matematicamente?

Ok, uma objeção óbvia a esse argumento é a de que a maioria das pessoas (inclusive sacerdotes) não pensam ou se comunicam nesses termos. A linguagem metafórica é tratada de modo mais ou menos literal por essas pessoas. Mas não sei se essa objeção é válida, uma vez que — e esse é justamente o ponto central do seu texto — as verdades absolutas não dependem daquilo em que se acredita. Ou seja, supondo que Deus seja a “profunda identidade existencial subjacente que une todos os seres do universo”, acreditar que Deus é um sujeito barbudo que comanda o universo não muda em nada a essência das coisas, certo?

Mas aí parece que caímos apenas em um problema de definição de termos e não em uma questão teológica, propriamente dita.

Bem, o assunto é muito vasto e complexo. Mas fica aí a “provocação” e parabéns pelo excelente texto! Sou leitor fiel do seu blog.

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