Uma das coisas características de Nova York é a quantidade de vezes que encontramos pessoas aleatórias tocando música no metrô. Imagine o sujeito que fica na porta da estação de metrô da Carioca (no Rio) tocando saxofone, só que multiplicado por mil, e se manifestando em infinitas formas e variações, e tocando dentro da estação ou mesmo dos vagões em movimento. Imagine bandas de mariachi completas entrando de sopetão no trem e tocando a todo vapor. Imagine pessoas com bateria, guitarra, baixo, vocais e coreografia. Imagine pessoas de todas as cores, raças a nacionalidades tocando todos os tipos possíveis de instrumentos (e não instrumentos!) concebíveis. Imagine ceguinhos tocando harmônica e japoneses tocando intrumentos aos quais eu nem saberia dar nome. Mas para não estressar demais a imaginação dos leitores, que podem até ficar céticos diante dessa descrição tão hiperbólica, eu decidi começar a registrar essas situações. Então, para começar, aí está um vídeo que de brinde contém uma ironia acidental num anúncio ao fundo. :-)
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Essas crônicas de Nova York são ótimas! :) Você tem um olho muito bom pra crítica da cultura, como todos no blog. E gosto do contraste do seu estilo com o do Pedro. Não nos abandone outra vez…!
[...] Sergio Biasi, que sempre faz ótimas observações sobre a vida em NY, escreveu ontem sobre os músicos no metrô de NYC (com direito a video de um tiozinho hispânico tocando [...]
Vc notou que o ceguinho tocando harmônica no N/W é brasileiro?
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Não é à toa que colocaram estes anúncios de “learn English” nesta linha…
Luciana – Não tinha notado não. Como é que você descobriu isso? Vou ver se consigo filmá-lo alguma hora…
Já desconfiava, pelo sotaque. Então uma vez, na Lexington, vi que ele estava se aproximando da margem da plataforma e disse em Português, sem chamá-lo:”Vc está chegando na beirada”. Ele disse “Ainda está longe; vc não está vendo estas bolinhas no chão? São pra gente saber onde fica a margem”.
Eu nunca tinha me ligado nisso.
Ah, tem mais. O trem chegou e ele perguntou que trem era. Eu disse que ainda não tinha certeza (estava sem a letra e a porta não estava aberta ainda). Ele disse: “Peraí que eu vou ver e já te digo”. (!!)
Mas então a porta abriu e deu pra sacar pelo design interno.
Genial! :-)