E aqui está ainda mais uma outra manifestação musical radicalmente diferente das duas anteriores. Infelizmente só peguei o final, mas o par idêntico era imperdível…
Aqui em Nova York cultura realmente é uma coisa que se respira no ar, não apenas se ensina na escola ou se vê nos livros. Existe uma grande concentração de pessoas que tocam instrumentos, escrevem, compõem, fazem números cômicos de improviso, lêem papers científicos, atuam em teatro, pintam, dançam, etc, etc, etc. Em todas as boas universidades que visitei existe um (por vezes vários) pianos de cauda espalhados pelo campus, disponíveis para quem quiser sentar e tocar. No campus principal de Columbia, por exemplo, sem qualquer conexão direta com a escola de música, sei da localização de pelo menos três – um deles numa das salas de leitura do departamento de filosofia – o qual aliás, ocupa um prédio inteiro. Na sala de estar do departamento de matemática da NYU também há um. E os alunos – de matemática! – de fato sentam e tocam. Entra-se lá e tem alguém tocando Chopin, por exemplo. Na PUC do Rio, teoricamente um dos diamantes na coroa do mundo acadêmico brasileiro, cadê? Onde está a valorização espontânea da alta cultura fora da sala de aula e dos relatórios à Capes? Ah, sim, deve estar nos sujeitos que ficam tocando berimbau nos pilotis.
Aliás, ironicamente, isso *não* falta aqui. A coisa mais fácil do mundo é achar uma academia que ensine capoeira em Nova York. Difícil é achar no Brasil alguém tocando Chopin no intervalo entre as aulas.
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