Decepcionantemente, a mensagem libertária não tem um alcance maior e nunca parece ganhar momento suficiente porque ela não é assim tão cara a grande parte das pessoas. Uma parte substancial das pessoas quer mesmo é alguém que lhes diga o que fazer. Estas infelizmente talvez estejam além de qualquer salvação. Existe porém uma fração considerável de pessoas que fica satisfeita em ter um certo número de liberdades respeitadas mas não percebe plenamente o quanto foi e é continuamente necessário resistir às forças que continuamente querem regular suas vidas até o limite do quanto elas permitirem. Infelizmente, porém, falar sobre isso em termos de princípios fundamentais e abstratos tende a despertar muito pouca identificação da parte do leitor, e acabar se tornando monótono e frio.
Diante disso, um dos recursos mais usados para buscar levar os leitores a refletirem mais profundamente sobre as conseqüências que certas idologias têm se levadas às suas últimas conseqüências é a descrição de distopias nas quais certas visões de mundo prevaleceram. Ao mostrar como seria o mundo então, e que conseqüências isso tem sobre os personagens, as situações se tornam bem mais reais e bem mais difíceis de ignorar como não dizendo respeito a cada um de nós.
Sugiro aqui portanto algumas obras que eu considero importantes e interessantes nesse gênero, e que provavelmente serão mais eficazes do que quaisquer discursos sobre direitos individuais para despertar em alguém a coceira do pensamento libertário.
[...] ./ [...]
Sergio,
Obrigada pelas sugestões.
Eu tenho acompanhado o admirável mundo novo lendo :
Unspeakable Conversations – The New York Times
Unspeakable Conversations. By Harriet McBryde Johnson. Published: Sunday, February 16, 2003 … He insists he doesn’t want to kill me. …
query.nytimes.com/gst/fullpage.html?…+mcbryde+johnson&st=nyt
abraços,
Eliane
Kurt Vonnegut é um tantinho quanto New Left pra minha cabeça. Robert A. Heinlein parece mais interessante, ainda que eu nunca tenha lido nada dele.
Desculpe, o que eu quis dizer é que ouvi dizer que é mais interessante.
Legal.
Como literatura, não gostei de 1984. Como leitura, Brave New World é maravilhoso.
Para engrossar a lista, li este post sobre uma ficção histórica de um autor libertário menos conhecido:
http://bkmarcus.com/blog/2009/03/libertarian-novelist-reviewed-in-daily-telegraph
Álvaro, Pedro e Sérgio,
O INDIVÍDUO é destaque no programa Dr. Negociação Tv a ser exibido hoje na Tv Climatempo, Canal 102 da Sky para todo o Brasil, elém das demais exibições (ver no blog). O programa pode ser assistido também pela internet na rede de blogs e sites que o retransmitem, estando já disponível no blog do Dr. Negociação.
Espero que gostem e parabéns pelo belo trabalho!
Sérgio, desculpe a falha, mas…. no final tudo é teoria!
Será que pega muito mal postar aqui um link pro torrent do filme: Harrison Bergeron? Esse filme não existe em lugar nenhum por aqui pra alugar ou vender….
Outra Coisa, alguém leu o livro de fantasia do David Friedman (Harald)? Dizem que como escritor, ele é um ótimo economista, hehehe…
[...] Literatura Libertária [...]
Oi Nacir,
Agradecemos a menção! Espero que a audiência do programa goste d’O Indivíduo e encontre algo de interesse por aqui.
Saudações,
Sergio
Para quem não viu, o vídeo que Nacir cita pode ser encontrado aqui :
http://www.adequacao.com.br/blog/2009/03/moratoria-ja-momento-especial-exige-lei-especial/
O Indivíduo é apresentado aproximadamente aos 24:30 minutos do vídeo.
Uma pequena correção : ao rapidamente descrever os fundadores d’O Indivíduo, Nacir menciona que eu trabalho na área de “teoria da comunicação”. Na verdade é teoria da computação. :-)
Oi Igor,
Pois é, 1984 é genial, mas é cansativo e opressivo, concordo. Continua valendo a pena, mas não é de fato literatura que você consuma se divertindo. :-) Mas faz pensar muito.
Já Admirável Mundo Novo é mais leve e mais agradável de ler, concordo também. Mas também levanta um monte de questões fundamentais, embora de uma forma um pouco menos deprimente.
Saudações,
Sergio
Oi Fabio,
Engraçado você ter mencionado Robert A. Heinlein, porque eu *quase* coloquei na lista Starship Troopers. A questão é que embora esse livro com certeza faça pensar muito sobre todos esses assuntos, ele não é exatamente libertário; fica então como menção honrosa! Obrigado por ter mencionado Heinlein. :-)
Aliás, sobre Starship Troopers, esse é um livro polêmico e a meu ver bastante mal compreendido, especialmente quando conhecido apenas através do filme de 1997. O livro mesmo é de 1959, com a guerra fria a todo vapor, e discute explicitamente a questão das implicaçoes morais de cada sistema de governo, quais devem ser os deveres e direitos políticos de um cidadão perante a sociedade, etc. A ponto de uma das maiores críticas feitas na época ao livro ser precisamente de que os personagens e a trama teriam servido apenas como maldisfarçado veículo para colocar as questões políticas que Heinlein queria discutir.
No filme, tais elementos ficam mais sutis, latentes sob a superfície de explosões e tiroteio. Mas eu pessoalmente achei o filme excelente, porque apesar disso a essência de várias sementes para reflexão estão lá, esperando para serem colhidas. E sim, os personagens são absolutamente bidimensionais. Nesse caso, é cem por cento de propósito. Não é realmente uma história sobre os personagens, e sim sobre o contexto no qual foram colocados. :-)
Sobre Kurt Vonnegut, ele tem algumas obras completamente obrigatórias, como Cat’s Cradle. Mas em termos libertários, Harrison Bergeron é espetacular. Infelizmente a obra original é curtíssima, contendo idéias poderosas demais para ficarem confinadas em tão pouco. Uma boa tentativa de expandir essas idéias pode ser verificada num filme de mesmo nome produzido em 1995.
Saudações,
Sergio
Oi Nacir,
Sem problemas! :-D
Saudações,
Sergio