O Indivíduo » Poesia ../../../. Porque só o indivíduo tem consciência Tue, 02 Aug 2011 04:56:23 +0000 en hourly 1 http://wordpress.org/?v=3.1.3 The Night Is Darkening Round Me ../../.././2010/02/17/the-night-is-darkening-round-me/ ../../.././2010/02/17/the-night-is-darkening-round-me/#comments Wed, 17 Feb 2010 09:02:15 +0000 Sergio de Biasi ../../.././?p=1845

THE NIGHT IS DARKENING ROUND ME

The night is darkening round me,
The wild winds coldly blow ;
But a tyrant spell has bound me,
And I cannot, cannot go.

The giant trees are bending
Their bare boughs weighed with snow ;
The storm is fast descending,
And yet I cannot go.

Clouds beyond clouds above me,
Wastes beyond wastes below ;
But nothing drear can move me :
I will not, cannot go.

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Emily Brontë, 1837
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Emily Brönte publicou apenas um único livro, que se tornou um clássico da literatura. No ano seguinte, porém, morreu aos 30, de um resfriado que degenerou em turberculose contraído por atender, em frio intenso, ao funeral de seu irmão. (Bem) antes disso, porém, escreveu o poema acima, que é um dos meus favoritos, e que provavelmente resume muito sobre a minha personalidade.

A corrente instância de eu pensar de forma mais literal nesse poema começou porém com chegar em casa e encontrar este cartaz aqui pregado na porta do prédio :

Eu leio o cartaz, olho em volta, e apesar de frio, está tudo ainda normal. As pessoas andando pela rua, os carros circulando, nada de extraordinário acontecendo. E ao mesmo tempo, ali está o cartaz, anunciando que é só uma questão de tempo. Entro em casa e começo a receber emails. Um da administração da universidade anunciando o cancelamento de aulas nos próximos dois dias. Outros mudando prazos e cancelando eventos. Eu olho pela janela, e está tudo igual. Mas ao mesmo tempo nada está igual. It’s the quiet before the storm :

Idiom: Quiet before the Storm
When you know that something is about to go horribly wrong, but hasn’t just yet, then you are in the quiet before the storm.

Fui trabalhar no computador, e nada. Fui dormir, e nada. É surreal essa sensação. De que nada está diferente, e ao mesmo tempo tudo está diferente. Eu ainda estou aqui, tudo que me é familiar está aqui, e no entanto eu sei que existe algo prestes a acontecer, que existe uma contagem regressiva contando, e que em algum momento no futuro eu vou abrir a janela e nada mais será o mesmo.

Então no meio da madrugada, como posso descrever? O céu congelou e caiu na minha cabeça. Eu tentei tirar fotos, mas instantaneamente ficou óbvio que abrir a janela era, coloquemos assim, uma péssima idéia, como eu descobri no intervalo de 30 segundos entre eu ter a genial idéia de tirar fotos e fechar correndo a janela. Tirei fotos então no dia seguinte, quando estava “só” nevando e em condicões atmosféricas um pouco mais civilizadas e compatíveis com abrir a janela. Mesmo assim o buraco na parede onde se situa a minha janela estava completamente bloqueado pelo gelo, que eu tive que remover para poder ver qualquer coisa para começar.

É engraçado como são essas coisas, eu fui comentar sobre o assunto com um sujeito com quem estou trabalhando este semestre na universidade e ele começou a rir. Ele disse que isso não é nada. Ocorre que ele vem da Sibéria, e aparentemente por lá isso aí é brincadeira de criança. Segundo ele por lá existem casos em que para sair de casa você tem que cavar um túnel pois você abre a porta e dá de cara com uma parede de neve. E eu achando grandes coisas ter tido que literalmente desenterrar meu carro com uma pá para poder sair com ele.

The quiet before (or rather at the beginning of) the storm

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