O Indivíduo » 2010 » February » 17 ../../../../. Porque só o indivíduo tem consciência Tue, 02 Aug 2011 04:56:23 +0000 en hourly 1 http://wordpress.org/?v=3.1.3 For All Good Things Must Come To An End .././for-all-good-things-must-come-to-an-end/ .././for-all-good-things-must-come-to-an-end/#comments Wed, 17 Feb 2010 20:50:42 +0000 Sergio de Biasi ../../../.././?p=1875

Quem visitou hoje oindividuo.com talvez tenha sido tomado de surpresa. Eu já estava ciente, conversara com o Pedro sobre o assunto, e já fazia algum tempo que ele expressava insatisfação com diversos aspectos de “O Indivíduo”, desde o início pessoalmente traumático, passando por uma mitologia criada em torno do tema com a qual ele não se identifica nem quer ser compelido a encarnar, até uma evolução de idéias sobre o que significa e o que se pretende afirmar no final das contas com esse tal Indivíduo com artigo definido singular. Aliás, uma parte da mudança tem precisamente o propósito de deixar de vez para trás certas posicões. Mas evidentemente a melhor referência para explicar suas razões é o próprio Pedro.

Enfim, assim sendo, após uma longa história, salvo alguma grande reviravolta, parece justo dizer que pelo menos no momento O Indivíduo, como empreendimento colaborativo, cessou para efeitos práticos de existir, tendo sobrevivido através de diversas encarnações por 13 anos, de 1997 a 2010. Não posso deixar de pensar sobre um trecho do editorial no arqueológico Número Zero que anuncia :

“…nós queremos nos dirigir ao ser humano sozinho, de um para um. Porque é assim que as coisas são. Individuais.”

O que está ironicamente coerente com este eventual destino. O que não quer dizer que eu não apreciasse, e muito, a reunião de idéias divergentes no mesmo local. A tensão cognitiva resultante me parecia ser bem mais fértil do que conflituosa, e estimulava o exame das mesmas questões desde diferentes pontos de vista. E eu, pessoalmente, continuo essencialmente acreditando em certas idéias com as quais o Pedro de alguma forma não mais se identifica, e que me fazem ainda acreditar na propriedade do nome e do conceito por trás de uma franquia nomeada “O Indivíduo”. Tivesse eu mais tempo para escrever e divulgar certas idéias, mais entusiasticamente e cotidianamente o faria. Então aqui permaneço eu, pelo menos por agora, individualmente. E vejamos o que virá daqui pra diante.

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Esta encarnação de O Indivíduo acabou. Atualizem seus feeds e bookmarks. .././esta-encarnacao-de-o-individuo-acabou-atualizem-seus-feeds-e-bookmarks/ .././esta-encarnacao-de-o-individuo-acabou-atualizem-seus-feeds-e-bookmarks/#comments Wed, 17 Feb 2010 20:21:01 +0000 Sergio de Biasi ../../../.././?p=1878 (Originalmente publicado em oindividuo.com em 17 de fevereiro de 2010 por Pedro Sette Câmara.)

Para ler os textos de Sergio de Biasi, visite www.oindividuo.org; feed: ../../../.././feed/.

Para ler os textos de Pedro Sette-Câmara, visite www.pedrosette.com; feed: http://feeds.feedburner.com/pedrosette.

Tinha pensado em simplesmente deixar um post com o endereço do meu blog e com o do Sergio, mas julguei que receberia muitos e-mails com perguntas; portanto, segue uma resposta oficial.

Hoje penso que não deveria ter ressuscitado O Indivíduo em 2004, após alguns meses sem atualizações. Eu mesmo já não me identificava com diversos assuntos e posturas do site antigo, e hoje isso atingiu um ponto insuportável. O mais importante, penso, é que, apesar de continuar crendo no individualismo cognitivo, isto é, que os atos de inteligência se dão na consciência individual, consigo enxergar em diversas atitudes antigas exatamente aquilo que mais venho denunciando: uma reação puramente mimética ao que se percebe como “a coletividade” mascarada de independência e autonomia, algo como “se todos atacam X, defenderei X”. Qualquer verdade pode ser capturada por essa atitude vingativa e ressentida, e, em vez de dar bons frutos, acaba alastrando um ímpeto destrutivo.

Assim, estou republicando uma seleção (ampla) de meus textos a partir de 2004 em meu blog pessoal. Como agora estou no Blogger, como parte do objetivo é desidentificar-me do passado, e como ainda outra parte é não me ocupar do gerenciamento de um hospedeiro, todos os textos do site antigo foram retirados do ar. Caso você tenha publicado algum texto na fase ancestral de O Indivíduo, posso procurá-lo no meu backup — mas de fato apenas fornecerei os textos a seus autores.

Esta página permanecerá no ar por um período indefinido, ao fim do qual o domínio www.oindividuo.com voltará para Sergio de Biasi, que o criou em 1997.

PSC, 17/02/2010

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The Night Is Darkening Round Me .././the-night-is-darkening-round-me/ .././the-night-is-darkening-round-me/#comments Wed, 17 Feb 2010 09:02:15 +0000 Sergio de Biasi ../../../.././?p=1845

THE NIGHT IS DARKENING ROUND ME

The night is darkening round me,
The wild winds coldly blow ;
But a tyrant spell has bound me,
And I cannot, cannot go.

The giant trees are bending
Their bare boughs weighed with snow ;
The storm is fast descending,
And yet I cannot go.

Clouds beyond clouds above me,
Wastes beyond wastes below ;
But nothing drear can move me :
I will not, cannot go.

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Emily Brontë, 1837
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Emily Brönte publicou apenas um único livro, que se tornou um clássico da literatura. No ano seguinte, porém, morreu aos 30, de um resfriado que degenerou em turberculose contraído por atender, em frio intenso, ao funeral de seu irmão. (Bem) antes disso, porém, escreveu o poema acima, que é um dos meus favoritos, e que provavelmente resume muito sobre a minha personalidade.

A corrente instância de eu pensar de forma mais literal nesse poema começou porém com chegar em casa e encontrar este cartaz aqui pregado na porta do prédio :

Eu leio o cartaz, olho em volta, e apesar de frio, está tudo ainda normal. As pessoas andando pela rua, os carros circulando, nada de extraordinário acontecendo. E ao mesmo tempo, ali está o cartaz, anunciando que é só uma questão de tempo. Entro em casa e começo a receber emails. Um da administração da universidade anunciando o cancelamento de aulas nos próximos dois dias. Outros mudando prazos e cancelando eventos. Eu olho pela janela, e está tudo igual. Mas ao mesmo tempo nada está igual. It’s the quiet before the storm :

Idiom: Quiet before the Storm
When you know that something is about to go horribly wrong, but hasn’t just yet, then you are in the quiet before the storm.

Fui trabalhar no computador, e nada. Fui dormir, e nada. É surreal essa sensação. De que nada está diferente, e ao mesmo tempo tudo está diferente. Eu ainda estou aqui, tudo que me é familiar está aqui, e no entanto eu sei que existe algo prestes a acontecer, que existe uma contagem regressiva contando, e que em algum momento no futuro eu vou abrir a janela e nada mais será o mesmo.

Então no meio da madrugada, como posso descrever? O céu congelou e caiu na minha cabeça. Eu tentei tirar fotos, mas instantaneamente ficou óbvio que abrir a janela era, coloquemos assim, uma péssima idéia, como eu descobri no intervalo de 30 segundos entre eu ter a genial idéia de tirar fotos e fechar correndo a janela. Tirei fotos então no dia seguinte, quando estava “só” nevando e em condicões atmosféricas um pouco mais civilizadas e compatíveis com abrir a janela. Mesmo assim o buraco na parede onde se situa a minha janela estava completamente bloqueado pelo gelo, que eu tive que remover para poder ver qualquer coisa para começar.

É engraçado como são essas coisas, eu fui comentar sobre o assunto com um sujeito com quem estou trabalhando este semestre na universidade e ele começou a rir. Ele disse que isso não é nada. Ocorre que ele vem da Sibéria, e aparentemente por lá isso aí é brincadeira de criança. Segundo ele por lá existem casos em que para sair de casa você tem que cavar um túnel pois você abre a porta e dá de cara com uma parede de neve. E eu achando grandes coisas ter tido que literalmente desenterrar meu carro com uma pá para poder sair com ele.

The quiet before (or rather at the beginning of) the storm

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